sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Paixão Côrtes quer literatura do povo na Feira do Livro

Foto Carlos Paixão Côrtes

O atual patrono da Feira do Livro, Paixão Côrtes, não é apenas “um guasca-largado da campanha”, como o próprio humildemente se intitula.

Na verdade, em sua incansável pesquisa e resgate das tradições artísticas e valores morais do gaúcho, acabou por ser um dos mais ativos editores independentes do RS, trabalhando sem vínculo partidário ou subvenção governamental.

Ele tem nada menos do que 87 publicações, desde a primeira, em 1950 – Lendas Brasileiras, com desenhos de José Lutzemberger – até a mais recente, Danças Birivas do Tropeirismo Gaúcho, deste ano.

Mas o projeto que é a “laranja de amostra” do gaudério neste momento é o MOGAR, Momento Gauchesco Artístico-Cultural Rio-Grandense, que além de organizar cursos e palestras, edita publicações que enriqueçam as bibliotecas dos Centros de Tradições Gaúchas, grupos artísticos e equipes equestres.

São 1500 entidades nativistas só no Rio Grande do Sul, 1800 em Santa Catarina (!!!) e centenas em outros estados e até no exterior, chegando a um milhão de associados.

E falando especificamente de livros e folhetos, o MOGAR trata também da distribuição gratuita dos Pacotes Culturais, compostos de um mix de 20 obras variadas de Paixão Côrtes, que são oferecidos aos CTGs, secretarias municipais de educação, cultura e turismo, museus e bibliotecas públicas, fundações, instituições de ensino de todos os níveis e grupos artísticos.

Porém, como nesse grande pampa de meu deus não existe picanha grátis, há uma exigência: é preciso comprovar que essas instituições  tenham ou desenvolvam  programas temáticos gauchescos que se integrem aos propósitos do projeto.

No mais, Paixão avisa que do alto das suas 83 invernadas bem vividas, está preparado psicologicamente e fisicamente – “se o meu marca-passos autorizar” – para a quantidade de compromissos e emoções que a Feira do Livro vai trazer. “Nunca me achei muito bom nas ´pretas` – que é como os guascas chamam as letras impressas – mas a literatura do povo merece ter seu espaço ao lado da erudição das grandes obras”.

Como ele mesmo diria, “cosa bunita barbaridade”.

Texto de Liége Copstein publicado no Jornal Já

http://www.jornalja.com.br/2010/10/21/paixao-cortes-quer-literatura-do-povo-na-feira-do-livro/




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